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Rejeição pelo Parlamento Europeu do Quadro de Referência de Classificação de Risco por País Cria Incerteza Global para Empresas na Conformidade com o

Nota do editor: 

Este artigo explora as implicações da rejeição pelo Parlamento Europeu do quadro de referência de risco por país do EUDR e o que isso significa para as cadeias de suprimentos globais. Com insights do Senior Manager de Agricultura e Meio Ambiente da KOLTIVA, Andre Mawardhi, destaca a necessidade urgente de reformas baseadas em ciência e sistemas de conformidade inclusivos. Com a aproximação dos prazos de aplicação, a precisão dos dados, a atenção às particularidades regionais e a inclusão de pequenos produtores nunca foram tão críticas.


Resumo Executivo:

  • Parlamento Europeu rejeitou o sistema proposto de benchmarking de risco por país do EUDR, uma decisão que abala o comércio global e os esforços de conformidade.

  • Sistema teria classificado os países como “baixo,” “padrão” ou “alto risco” de desmatamento, impactando diretamente importadores de commodities-chave como óleo de palma, cacau e soja.

  • As principais preocupações incluíam o uso de dados desatualizados, categorias de risco simplificadas e classificações injustas que ignoram progressos locais e esforços realizados.

  • Com a aproximação do prazo de aplicação do EUDR (dezembro de 2025 para grandes empresas e junho de 2026 para PMEs), as empresas enfrentam agora incerteza urgente sobre as expectativas de conformidade.

  • A KOLTIVA vê este momento como um ponto de virada, defendendo um modelo baseado em ciência, preciso e inclusivo, que apoie tanto a conformidade quanto o comércio sustentável.


A rejeição pelo Parlamento Europeu do sistema proposto de benchmarking de risco por país pela Comissão Europeia, no âmbito do Regulamento de Desmatamento (EUDR), representa um momento crucial para as cadeias de suprimentos globais. Em 9 de julho de 2025, o Parlamento votou 373 a 289 contra o quadro — enviando um forte sinal com implicações de longo alcance para reguladores, importadores, ONGs e empresas comprometidas com a sustentabilidade.


O sistema de benchmarking tinha como objetivo classificar os países como baixo, padrão ou alto risco de desmatamento. Essas classificações teriam definido o nível de diligência exigido para importadores da UE de sete commodities-chave: cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha e gado.


Críticos levantaram sérias preocupações quanto à credibilidade do sistema, argumentando que ele se baseava em dados desatualizados e não considerava a realidade atual no terreno, incluindo questões de legalidade e o desmatamento contínuo. Conforme reportado pelo ESG Today, o modelo proposto corria o risco de rotular injustamente certos países como de alto risco, mesmo diante de avanços recentes em sustentabilidade.


Table of Index:

 

Com a aproximação do prazo de aplicação do EUDR em dezembro de 2025, a rejeição deixa exportadores, importadores e redes de pequenos produtores diante de uma incerteza renovada — mesmo que muitos já tenham feito esforços significativos para construir cadeias de suprimentos rastreáveis e livres de desmatamento.


Em resposta, a KOLTIVA, líder global em soluções de sourcing sustentável, defende uma abordagem reformulada, baseada em ciência, fundamentada na precisão dos dados, na transparência da cadeia de suprimentos e no apoio inclusivo aos pequenos produtores.


A urgência é inegável. As florestas são vitais para enfrentar as crises interconectadas de mudanças climáticas, perda de biodiversidade e degradação dos ecossistemas. Somente em 2023, o mundo perdeu cerca de 16 milhões de acres de floresta — uma área maior que West Virginia — de acordo com a Forest Declaration Assessment 2024 (WWF, 2024). A agricultura responde por mais de 49% do desmatamento tropical, enquanto mineração, exploração madeireira e expansão de infraestrutura continuam a intensificar a ameaça (World Resources Institute).


O Forest Declaration Assessment alerta ainda que os níveis de desmatamento permanecem quase 50% acima do caminho de redução necessário para atingir as metas globais de 2030.


À medida que os esforços de conformidade com o EUDR avançam, a necessidade de sistemas de classificação de risco por país confiáveis e atualizados, bem como de soluções colaborativas baseadas em dados, nunca foi tão urgente.


Agriculture accounts for more than 49% of tropical deforestation - Koltiva.com

O que o Parlamento Rejeitou: Classificação de Risco por País do EUDR — e Por Que Isso Importa


Originalmente, o sistema proposto pela Comissão Europeia para benchmarking de risco por país no âmbito do Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR) tinha como objetivo categorizar todos os países como “baixo,” “padrão” ou “alto risco” de desmatamento. Essa classificação determinaria o nível de diligência exigido dos importadores da UE para commodities-chave, como óleo de palma, cacau e soja.


  • Em 9 de julho de 2025, o Parlamento Europeu votou 373 a 289 contra a proposta, citando as seguintes preocupações principais:

  • Fontes de dados desatualizadasO framework baseava-se em estatísticas históricas de uso da terra que não refletem esforços recentes nem a realidade atual. Críticos, especialmente do Partido Popular Europeu (EPP), defenderam avaliações em tempo real e baseadas em ciência, em vez de classificações estáticas (ESG Today, 2025).

  • Categorias de risco sem credibilidadeA inclusão de apenas três categorias de risco — baixo, padrão e alto — foi considerada insuficiente para diferenciar adequadamente países com níveis de desmatamento muito distintos (ESG Today, 2025).

  • Classificações enganosas de países-chaveApesar do desmatamento contínuo, países como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo (RDC) foram classificados apenas como “risco padrão”. Ao mesmo tempo, apenas Bielorrússia, Rússia, Mianmar e Coreia do Norte foram listados como “alto risco”. Essas classificações levantaram questões de credibilidade, como destacado pelo Politico Europe (Politico.eu, 2025).


Embora a votação não seja vinculativa, ela envia um forte sinal político, incentivando a Comissão Europeia a revisar o sistema de benchmarking, refletindo melhor as condições locais, promovendo precisão nos dados e reconstruindo a confiança nos sistemas de comércio global.


EU Parliament's rejection of the EUDR country risk classification, making businesses face uncertainty in EUDR compliance - Koltiva.com

Implicações para Cadeias de Suprimento Globais e Conformidade

Com a aproximação do primeiro prazo de aplicação do EUDR — 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e junho de 2026 para PMEs — empresas de toda a cadeia de suprimentos enfrentam nova incerteza. Esta análise inclui insights do nosso Senior Manager de Agricultura & Meio Ambiente, Andre Mawardhi, antes do prazo de aplicação do EUDR em dezembro de 2025.


Andre comentou:"Uma das falhas mais críticas na proposta inicial foi a ausência de indicadores de legalidade. Sob o EUDR, os produtos devem ser livres de desmatamento e legalmente conformes. Se a Comissão Europeia propor uma nova versão, provavelmente será mais rigorosa. Esta decisão reflete a crescente preocupação das cadeias de suprimentos de que as classificações de risco devem se basear em dados atuais e distinções claras e baseadas em evidências. Na KOLTIVA, vemos as reformas potenciais como uma oportunidade de fortalecer a credibilidade do EUDR e apoiar melhor os esforços de fornecimento sustentável."

Ele acrescentou:"Essa questão vai além das definições regulatórias. Um sistema de classificação impreciso pode penalizar involuntariamente empresas que estão em conformidade. Um modelo mais refinado e baseado em dados é essencial para proteger cadeias de suprimentos responsáveis e garantir que o regulamento cumpra seus objetivos."


 

Andre enfatizou ainda:"Em última análise, esta discussão não se trata apenas de categorias técnicas de risco. Ela também tem sérias implicações para pequenos produtores, que podem ser excluídos dos mercados da UE mesmo atendendo a todos os requisitos de conformidade — simplesmente devido a dados desatualizados ou imprecisos."

Contagem Regressiva para a Conformidade com o EUDR: O Setor Precisa de Clareza

Apesar da rejeição do Parlamento, o EUDR ainda está programado para entrar em vigor em duas etapas:


  • 30 de dezembro de 2025: conformidade obrigatória para grandes empresas

  • Junho de 2026: conformidade estendida para PMEs


A aplicação do regulamento exigirá que as empresas provem que as commodities colocadas no mercado da UE não estão ligadas ao desmatamento ou à degradação florestal após 2020, e que são obtidas legalmente.


Sem um sistema atualizado de benchmarking, as empresas ficam no escuro sobre o nível de diligência esperado e sobre onde concentrar seus recursos.


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Perspectiva da KOLTIVA: Um Chamado à Reforma e à Precisão dos Dados

A rejeição do Parlamento Europeu ao framework de benchmarking do EUDR pode representar uma pausa política, mas também abre uma janela crucial para a reforma. Agora é o momento de construir um sistema mais credível, inclusivo e baseado em dados — que reconheça as contribuições dos pequenos produtores, forneça segurança jurídica aos importadores e proteja as florestas remanescentes do planeta.


A KOLTIVA está pronta. Em colaboração com empresas, PMEs, atores da cadeia de suprimentos e organizações da sociedade civil, estamos apoiando ativamente o desenvolvimento de um modelo mais preciso e justo. Por meio de análises regionais transparentes, tecnologias de sourcing rastreável e iniciativas de capacitação de produtores, trabalhamos para moldar um framework EUDR baseado em integridade e impacto.


Como conclui Andre Mawardhi:"Este momento é uma encruzilhada. Com um sistema de benchmarking mais forte e credível, podemos alinhar políticas, comércio responsável e desenvolvimento rural em prol de um futuro verdadeiramente livre de desmatamento."

Embora o EUDR seja uma regulamentação histórica, seu sucesso depende de uma implementação que reflita a complexa realidade da produção e comércio de commodities.


"O EUDR é uma regulamentação inovadora. Mas, se a implementação ignorar como as commodities são cultivadas e comercializadas, corre-se o risco de minar seu próprio impacto," disse Mawardhi. "A boa notícia é que temos a chance de corrigir o rumo. Vamos construir um sistema mais inteligente e justo, que recompense a integridade, e não apenas a geografia."

Enquanto reguladores, importadores e produtores enfrentam os desafios à frente, a KOLTIVA já está pilotando soluções eficazes: precisão na rastreabilidade da cadeia de suprimentos e sistemas centrados no produtor que unem conformidade e inclusão.


"O EUDR é uma ideia poderosa," afirma Mawardhi. "Mas as ferramentas para implementá-lo de forma justa e eficaz já existem. Vamos usá-las — antes que o progresso se transforme em paralisia."

Autor: Gusi Ayu Putri Chandrika Sari, Especialista em Comunicação Sustentável

Especialista no Assunto: Andre Mawardhi, Senior Manager de Agricultura & Meio Ambiente na KOLTIVA


Sobre o Especialista:

Andre Mawardhi é o Senior Manager de Agricultura & Meio Ambiente na KOLTIVA, onde lidera estratégias de agricultura sustentável e conformidade ambiental em cadeias de suprimentos globais. Com mais de uma década de experiência em sistemas agroambientais, Andre se especializa na integração de práticas de agricultura inteligente para o clima, frameworks de rastreabilidade e agricultura regenerativa em ecossistemas multi-stakeholder.


Seu trabalho conecta insight científico com impacto prático, garantindo a inclusão de pequenos produtores e o cumprimento de regulamentos emergentes, como o Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR). Apaixonado por transformar os sistemas alimentares desde a base, Andre desempenha um papel fundamental na criação de soluções de sourcing sustentável orientadas por dados, beneficiando tanto os produtores quanto o planeta.

Resources:

  • Cerulus, L. (2025, July 9). Lawmakers reject EU deforestation risk list. Politico Europe. https://www.politico.eu/article/lawmakers-reject-eu-deforestation-risk-list/

  • Forest Declaration Assessment Partners. (2024). Forest Declaration Assessment 2024. Forest Declaration. https://www.forestdeclaration.org/resources/forest-declaration-assessment-2024

  • Harris, N., Payne, O., & Alix Mann, J. (2023, October 24). What's driving forest loss? New data reveals where — and why — deforestation is happening. World Resources Institute. https://www.wri.org/insights/forest-loss-drivers-data-trends

  • World Wildlife Fund. (n.d.). Deforestation and forest degradation. https://www.worldwildlife.org/threats/deforestation-and-forest-degradation

  • ESG Today. (2025, July 9). EU lawmakers reject EUDR’s country risk system in new setback to deforestation regulation. https://www.esgtoday.com/eu-lawmakers-reject-eudrs-country-risk-system-in-new-setback-to-deforestation-regulation/

  • Deforestation Regulation implementation. Green Forum. https://green-forum.ec.europa.eu/nature-and-biodiversity/deforestation-regulation-implementation_en

 
 
 

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